A Ordem dos Advogados do Brasil seccional Amazonas (OAB/AM) contratou
o perito criminal Ricardo Molina para ajudar no processo do homicídio do advogado Wilson Justo Filho,
ocorrido em novembro de 2017, cuja autoria é atribuída ao delegado da
Polícia Civil Gustavo Sotero, que está preso aguardando julgamento em
uma sala na Delegacia Geral da Polícia Civil. A informação é do
presidente da Ordem, Marco Aurélio Choy.
Molina foi contratado pela defesa do presidente Michel Temer,
em junho de 2017, para analisar a gravação da conversa que o emedebista
teve com o empresário Joesley Batista. O perito desqualificou o áudio
utilizado pela Procuradoria-Geral da República na denúncia
oferecida contra Temer por corrupção passiva.
Conforme Choy, o perito já está habilitado no processo e vai atuar
como assistente técnico da perícia: poderá emitir laudo e dar parecer.
Até essa quinta-feira (7), Choy ainda não tinha uma data marcada para a
vinda de Molina a Manaus.
A advogada da família de Wilson Justo, Catharina Estrela, destacou a
importância da participação do perito no caso. De acordo com ela, Molina
é experiente e tem especialização em análise de vídeos. Ele irá
analisar as imagens captadas pelas câmeras do interior da casa de shows
Porão do Alemão, onde ocorreu o crime no final de novembro do ano
passado.
“Ele vai explicar a trajetória dos projéteis disparados pelo
delegado”, disse a advogada. Molina também poderá atuar na
reconstituição do crime, que foi solicitada pela defesa do réu, mas
ainda não autorizada. A reconstituição será nas dependências da casa,
onde Wilson, a esposa Fabíola e mais dois clientes foram baleados.
Experiência
Molina é um perito renomado que atuou em casos polêmicos e de grande
repercussão como a morte do empresário Paulo César Farias, o PC Farias; a
Chacina de Eldorado dos Carajás; o crime da Favela Naval e o acidente
que matou os integrantes da banda Mamonas Assassinas.
No Amazonas, o perito foi contratado pela defesa do ex-governador
José Melo para atuar no processo que investigou o suposto uso da Polícia
Militar na campanha eleitoral de 2014. Molina também atuou em casos de
escândalos de corrupção envolvendo grampos e gravações clandestinas. Há
quem diga que em seu laboratório, Molina procura enxergar e ouvir o que
os leigos deixam passam em branco.
Desentendimento
Wilson era presidente do Partido Republicano (PR) no município
de Novo Airão (a 115 quilômetros de Manaus) e deixou duas filhas.
Informações de testemunhas dão conta de que o delegado estava assediando
a esposa do advogado momentos antes do crime. Os dois tiveram um
desentendimento e o delegado efetuou os disparos à queima-roupa.
TJ-AM marca audiência
O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) marcou para o dia 14 de junho deste ano a audiência de instrução e julgamento do delegado Gustavo de Castro Sotero.
Nesta fase, a Justiça dará início à instrução do processo, com
interrogatório de testemunhas. Até o momento, 11 testemunhas foram
arroladas pelo Ministério Público.
O MP denunciou o delegado por homicídio qualificado
por motivo fútil, perigo comum e recurso que dificultou a defesa do
ofendido. O crime aconteceu dia 25 de novembro do ano passado. Na
ocasião, além de matar o advogado, o delegado feriu outras três pessoas.
Na data do crime, Wilson Justo Filho saiu de casa na noite de
sexta-feira (24) para comemorar a compra de um apartamento novo com
amigos e a esposa Fabíola. A comemoração acabou com os disparos
efetuados pelo delegado.
Justiça negou pedido de revogação da prisão
Em abril deste ano a defesa de Gustavo Soterio chegou a pedir a revogação da prisão dele, mas o pedido foi negado pela Justiça. Os advogados também chegaram a pedir exumação do corpo para coletar material para realizar exame toxológico.Fonte Joana Queiroz

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