Segundo a Polícia Militar, o caso
aconteceu após uma mudança na rotina da família, que tem ainda outras
duas crianças, de seis e sete anos. O pai da criança era o responsável
por levá-la para a creche todos os dias. Como ele estava viajando, a mãe
passou a deixar a menina na creche pela manhã. A escola fica próxima ao
aeroporto e, antes, era dever da mãe apenas buscar a menina no local.
Ao sair do trabalho, na última
quarta-feira, a mãe foi direto até a escola. Chegando lá, recebeu a
informação de que a filha não compareceu. Foi então que a mulher teria
retornado ao veículo e constatado que a menina tinha ficado na
cadeirinha, atrás do banco do carona.
A ocorrência foi registrada como
homicídio culposo. De acordo com informações da Polícia Civil, a mãe da
criança ainda não prestou depoimento por estar em estado de choque após o
incidente. Ela deve ser ouvida ainda esta semana. Ainda segundo a
polícia, a mãe imediatamente acionou o SAMU, que constatou o óbito.
O enterro de Clarice acontece nesta
quinta-feira, no Cemitério da Paz, na região noroeste de Belo Horizonte.
De acordo com o laudo preliminar, a menina morreu asfixiada.
Ao jornal “O Estado de Minas”, a
diretora da escolinha, localizada no bairro Liberdade, na Pampulha,
informou que a mulher estava certa de que a criança tinha sido deixada
na creche.
“Ela chegou aqui e perguntou pela
menina. Quando fomos até o carro, encontramos a garota no banco de
trás”, contou. “Foi muito triste. Ela não costuma trazer a filha, sempre
era o pai. Normalmente, a menina era deixada por volta das 8h, mas,
como as outras duas crianças da família estão de férias, a mãe estava
chegando às 10h.”
Tragédias semelhantes
Na última quarta-feira, outra família,
desta vez em São Paulo, viveu drama semelhante. Um menino de dois
anos foi encontrado morto dentro do carro do pai, em São Bernardo do
Campo, no ABC Paulista, na Grande São Paulo. De acordo com informações
do jornal O Globo, o pai declarou à Polícia Militar que esqueceu de
levar a criança até a escolinha.
O carro estava estacionado em frente à
creche, que fica próximo ao local de trabalho do homem. O Corpo de
Bombeiros foi acionado no final da tarde e encontrou o menino já sem
vida. Segundo a Polícia Militar, o pai teria ficado em estado de choque.
O caso é investigado pelo 2º Distrito Policial de São Bernardo do
Campo.
Na última sexta-feira, Gabriel Martins
de Oliveira Alves da Silva, de 2 anos, morreu depois de ficar duas
horas dentro do veículo que o levaria até a creche, na Zona Norte do
Rio. A motorista da van escolar, Cláudia Vidal da Silva, de 33 anos,
deixou a criança dentro do carro para ir fazer as unhas em um salão de
beleza. Ela chegou a afirmar à polícia que teve um mal súbito e desmaiou
e só percebeu o estado de Gabriel quando tinha recuperado a
consciência. A 27ª DP (Vicente de Carvalho) instaurou inquérito policial
para apurar crime de abandono de incapaz com resultado morte.
Perdão judicial
Em 2012, a família da pequena Manuela
Mantilla, então com dez meses, também foi atingida pela mesma tragédia,
em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. A menina ficou dentro do carro do
pai, Clóvis Perrut Mantilla, por quatro horas com os vidros fechados.
Após investigação policial e um pedido
do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, a 1ª Vara Criminal de
Volta Redonda arquivou o processo contra Clóvis, que chegou a ser
indiciado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Na
decisão, o MP defendeu o arquivamento com a afirmação de que o pai
merececia o perdão judicial. Para o promotor Bruno de Faria Bezerra, o
sofrimento do indiciado seria sua sentença.
Fonte: Ecos da Notícia

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