sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Polícia investiga morte de menina esquecida dentro de carro pela mãe

A Polícia Civil começa a investigar nesta quinta-feira as circunstâncias da morte de Clarice Ferreira Quintão, de um ano e onze meses. A menina permaneceu por cinco horas dentro do Fiat Uno da família, com as janelas fechadas e em estacionamento descoberto, depois de ser deixada dentro do veículo pela mãe. A mulher trabalha na Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), no Aeroporto da Pampulha, em Minas Gerais, como técnica de eletrônica, e esqueceu de deixar a criança no berçário.
Segundo a Polícia Militar, o caso aconteceu após uma mudança na rotina da família, que tem ainda outras duas crianças, de seis e sete anos. O pai da criança era o responsável por levá-la para a creche todos os dias. Como ele estava viajando, a mãe passou a deixar a menina na creche pela manhã. A escola fica próxima ao aeroporto e, antes, era dever da mãe apenas buscar a menina no local.
Ao sair do trabalho, na última quarta-feira, a mãe foi direto até a escola. Chegando lá, recebeu a informação de que a filha não compareceu. Foi então que a mulher teria retornado ao veículo e constatado que a menina tinha ficado na cadeirinha, atrás do banco do carona.
A ocorrência foi registrada como homicídio culposo. De acordo com informações da Polícia Civil, a mãe da criança ainda não prestou depoimento por estar em estado de choque após o incidente. Ela deve ser ouvida ainda esta semana. Ainda segundo a polícia, a mãe imediatamente acionou o SAMU, que constatou o óbito.
O enterro de Clarice acontece nesta quinta-feira, no Cemitério da Paz, na região noroeste de Belo Horizonte. De acordo com o laudo preliminar, a menina morreu asfixiada.
Ao jornal “O Estado de Minas”, a diretora da escolinha, localizada no bairro Liberdade, na Pampulha, informou que a mulher estava certa de que a criança tinha sido deixada na creche.
“Ela chegou aqui e perguntou pela menina. Quando fomos até o carro, encontramos a garota no banco de trás”, contou. “Foi muito triste. Ela não costuma trazer a filha, sempre era o pai. Normalmente, a menina era deixada por volta das 8h, mas, como as outras duas crianças da família estão de férias, a mãe estava chegando às 10h.”
Tragédias semelhantes
Na última quarta-feira, outra família, desta vez em São Paulo, viveu drama semelhante. Um menino de dois anos foi encontrado morto dentro do carro do pai, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, na Grande São Paulo. De acordo com informações do jornal O Globo, o pai declarou à Polícia Militar que esqueceu de levar a criança até a escolinha.
O carro estava estacionado em frente à creche, que fica próximo ao local de trabalho do homem. O Corpo de Bombeiros foi acionado no final da tarde e encontrou o menino já sem vida. Segundo a Polícia Militar, o pai teria ficado em estado de choque. O caso é investigado pelo 2º Distrito Policial de São Bernardo do Campo.
Na última sexta-feira, Gabriel Martins de Oliveira Alves da Silva, de 2 anos, morreu depois de ficar duas horas dentro do veículo que o levaria até a creche, na Zona Norte do Rio. A motorista da van escolar, Cláudia Vidal da Silva, de 33 anos, deixou a criança dentro do carro para ir fazer as unhas em um salão de beleza. Ela chegou a afirmar à polícia que teve um mal súbito e desmaiou e só percebeu o estado de Gabriel quando tinha recuperado a consciência. A 27ª DP (Vicente de Carvalho) instaurou inquérito policial para apurar crime de abandono de incapaz com resultado morte.
Perdão judicial
Em 2012, a família da pequena Manuela Mantilla, então com dez meses, também foi atingida pela mesma tragédia, em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. A menina ficou dentro do carro do pai, Clóvis Perrut Mantilla, por quatro horas com os vidros fechados.
Após investigação policial e um pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, a 1ª Vara Criminal de Volta Redonda arquivou o processo contra Clóvis, que chegou a ser indiciado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Na decisão, o MP defendeu o arquivamento com a afirmação de que o pai merececia o perdão judicial. Para o promotor Bruno de Faria Bezerra, o sofrimento do indiciado seria sua sentença.



Fonte: Ecos da Notícia


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